
Fibrose Submucosa Oral: relação com o consumo de Noz de areca na Ásia e na África Oriental, Patogênese e Abordagens Terapêuticas
Fibrose Submucosa Oral: relação com o consumo de Noz de areca na Ásia e na África Oriental, Patogênese e Abordagens Terapêuticas
Mar 2, 2025
Mar 2, 2025
Mar 2, 2025



A fibrose submucosa oral (FSO) é uma condição crônica e progressiva que afeta a mucosa oral, resultando em fibrose e limitando a abertura da boca. Esta condição pode evoluir para câncer oral, sendo considerada um distúrbio potencialmente maligno pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que entre 3% e 10% dos pacientes com FSO possam desenvolver câncer oral.
Apesar dos avanços na compreensão da fibrose em diversos órgãos, a FSO ainda carece de estratégias antifibróticas eficazes, principalmente devido à complexidade dos mecanismos que iniciam e impulsionam a fibrose.
A noz de areca ou pinangue, é a semente da palmeira de areca. Esta palmeira pode crescer até vinte metros e tem folhas com um metro de comprimento, estando especialmente difundida na Ásia e na África oriental. Estudo mostram que seu consumo tem sido associada a FSO.
Epidemiologia e Etiologia
A FSO está fortemente associada ao hábito de mascar noz de areca, uma prática comum em várias regiões do mundo, especialmente no sudeste asiático. Estudos indicam que cerca de 5% dos consumidores de noz de areca desenvolvem FSO. A prevalência da FSO na China é superior a 1%, enquanto na Índia e no Vietnã varia entre 0,04% e 14,6%.
A transformação maligna da FSO em câncer oral ocorre em mais de 4% dos casos. Os fatores etiológicos da FSO são multifatoriais, incluindo irritação química e física, fatores genéticos e distúrbios metabólicos.
A noz de areca contém compostos químicos, como alcaloides e flavonoides, que podem causar trauma químico persistente na mucosa oral. Além disso, a irritação mecânica crônica, como a causada por fibras grosseiras da noz de areca, pode agravar a condição.
Patogênese da FSO
A FSO é considerada um processo de reparo excessivo após lesão crônica persistente. Diversos tipos celulares da mucosa oral, incluindo células epiteliais, fibroblastos e células endoteliais, estão envolvidos na patogênese da FSO. A ativação dos fibroblastos, que se transformam em miofibroblastos produtores de matriz extracelular (MEC), é um evento crucial na fibrose da mucosa oral. O fator de crescimento transformador beta (TGF-β) é um dos principais ativadores dos fibroblastos, promovendo a diferenciação em miofibroblastos.
Além disso, a lesão das células epiteliais, frequentemente causada pela mastigação da noz de areca, pode levar à transição epitelial-mesenquimal (EMT), um processo importante no desenvolvimento da FSO. A disfunção das células endoteliais também contribui para a fibrose, promovendo inflamação e deposição de MEC.
Abordagens Terapêuticas
Atualmente, não há tratamentos específicos aprovados para a FSO. As estratégias terapêuticas visam aliviar os sintomas, prevenir a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
As opções incluem:
Modulação da Deposição de MEC: Enzimas como hialuronidase e colagenase são usadas para reduzir a deposição de MEC, embora seus efeitos sejam transitórios.
Regulação da Resposta Inflamatória: Corticoides e imunomoduladores, como o interferon-gama, são utilizados para reduzir a inflamação e a ativação dos miofibroblastos.
Melhoria da Microcirculação Periférica: Vasodilatadores, como pentoxifilina e isoxsuprina, são usados para melhorar a circulação sanguínea local e aliviar os sintomas.
Conclusão
A FSO representa um desafio significativo na prática odontológica devido à sua complexidade patogênica e potencial maligno. A compreensão dos mecanismos subjacentes à fibrose e à transformação maligna é essencial para o desenvolvimento de terapias eficazes. Além disso, há uma necessidade urgente de melhorar as abordagens diagnósticas para avaliar precocemente a fibrose e prevenir sua transformação maligna.
Referências
TANG, Jianfei et al. Oral submucous fibrosis: pathogenesis and therapeutic approaches. International Journal of Oral Science, v. 17, n. 8, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41368-024-00344-6.
A fibrose submucosa oral (FSO) é uma condição crônica e progressiva que afeta a mucosa oral, resultando em fibrose e limitando a abertura da boca. Esta condição pode evoluir para câncer oral, sendo considerada um distúrbio potencialmente maligno pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que entre 3% e 10% dos pacientes com FSO possam desenvolver câncer oral.
Apesar dos avanços na compreensão da fibrose em diversos órgãos, a FSO ainda carece de estratégias antifibróticas eficazes, principalmente devido à complexidade dos mecanismos que iniciam e impulsionam a fibrose.
A noz de areca ou pinangue, é a semente da palmeira de areca. Esta palmeira pode crescer até vinte metros e tem folhas com um metro de comprimento, estando especialmente difundida na Ásia e na África oriental. Estudo mostram que seu consumo tem sido associada a FSO.
Epidemiologia e Etiologia
A FSO está fortemente associada ao hábito de mascar noz de areca, uma prática comum em várias regiões do mundo, especialmente no sudeste asiático. Estudos indicam que cerca de 5% dos consumidores de noz de areca desenvolvem FSO. A prevalência da FSO na China é superior a 1%, enquanto na Índia e no Vietnã varia entre 0,04% e 14,6%.
A transformação maligna da FSO em câncer oral ocorre em mais de 4% dos casos. Os fatores etiológicos da FSO são multifatoriais, incluindo irritação química e física, fatores genéticos e distúrbios metabólicos.
A noz de areca contém compostos químicos, como alcaloides e flavonoides, que podem causar trauma químico persistente na mucosa oral. Além disso, a irritação mecânica crônica, como a causada por fibras grosseiras da noz de areca, pode agravar a condição.
Patogênese da FSO
A FSO é considerada um processo de reparo excessivo após lesão crônica persistente. Diversos tipos celulares da mucosa oral, incluindo células epiteliais, fibroblastos e células endoteliais, estão envolvidos na patogênese da FSO. A ativação dos fibroblastos, que se transformam em miofibroblastos produtores de matriz extracelular (MEC), é um evento crucial na fibrose da mucosa oral. O fator de crescimento transformador beta (TGF-β) é um dos principais ativadores dos fibroblastos, promovendo a diferenciação em miofibroblastos.
Além disso, a lesão das células epiteliais, frequentemente causada pela mastigação da noz de areca, pode levar à transição epitelial-mesenquimal (EMT), um processo importante no desenvolvimento da FSO. A disfunção das células endoteliais também contribui para a fibrose, promovendo inflamação e deposição de MEC.
Abordagens Terapêuticas
Atualmente, não há tratamentos específicos aprovados para a FSO. As estratégias terapêuticas visam aliviar os sintomas, prevenir a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
As opções incluem:
Modulação da Deposição de MEC: Enzimas como hialuronidase e colagenase são usadas para reduzir a deposição de MEC, embora seus efeitos sejam transitórios.
Regulação da Resposta Inflamatória: Corticoides e imunomoduladores, como o interferon-gama, são utilizados para reduzir a inflamação e a ativação dos miofibroblastos.
Melhoria da Microcirculação Periférica: Vasodilatadores, como pentoxifilina e isoxsuprina, são usados para melhorar a circulação sanguínea local e aliviar os sintomas.
Conclusão
A FSO representa um desafio significativo na prática odontológica devido à sua complexidade patogênica e potencial maligno. A compreensão dos mecanismos subjacentes à fibrose e à transformação maligna é essencial para o desenvolvimento de terapias eficazes. Além disso, há uma necessidade urgente de melhorar as abordagens diagnósticas para avaliar precocemente a fibrose e prevenir sua transformação maligna.
Referências
TANG, Jianfei et al. Oral submucous fibrosis: pathogenesis and therapeutic approaches. International Journal of Oral Science, v. 17, n. 8, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41368-024-00344-6.
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