Nos últimos anos, a odontologia restauradora tem se beneficiado de novas estratégias que buscam utilizar tecnologias adesivas modernas para proteger a estrutura dentária remanescente. Um estudo recente conduzido por Mohamed et al. (2025) na Universidade do Cairo avaliou o desempenho clínico de resinas compostas reforçadas com fibras em restaurações de cavidades Classe II MOD ao longo de 18 meses.

Metodologia do Estudo

O estudo envolveu 45 participantes com cavidades Classe II MOD, divididos aleatoriamente em três grupos: um grupo recebeu resina composta reforçada com fibras de vidro curtas (EverX Posterior), outro com fibras de polietileno (Ribbond-Ultra), e o terceiro grupo recebeu apenas resina composta convencional (Filtek Z250). As restaurações foram avaliadas em intervalos de três, seis, 12 e 18 meses usando critérios modificados do USPHS.

Resultados Principais

Os resultados mostraram que não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em relação à adaptação marginal, exceto para a correspondência de cor. O grupo com restaurações reforçadas com fibras de vidro curtas apresentou menos correspondência de cor ao longo dos períodos de acompanhamento.

No entanto, todas as restaurações, independentemente do tipo de reforço, demonstraram desempenho aceitável em termos de resistência a fraturas e ausência de cáries recorrentes.

Discussão e Implicações Clínicas

A utilização de fibras na resina composta mostrou-se eficaz em aumentar a resistência à fratura, especialmente em cavidades sujeitas a altos níveis de estresse. As fibras atuam como barreiras contra trincas, melhorando as características mecânicas dos materiais compostos. No entanto, a estética pode ser um desafio, especialmente com o uso de fibras de vidro curtas, que podem afetar a translucidez da restauração.

Para os dentistas, a escolha entre esses materiais deve considerar fatores como complexidade de aplicação, custo e considerações estéticas. As fibras de polietileno, embora eficazes, podem exigir mais tempo e experiência para aplicação precisa, enquanto as resinas compostas convencionais e reforçadas com fibras de vidro curtas são mais fáceis de aplicar e economizam tempo.

Conclusão

As restaurações de resina composta reforçadas com fibras oferecem um desempenho clínico aceitável e comparável às resinas compostas convencionais em cavidades Classe II MOD ao longo de 18 meses. No entanto, a estética deve ser cuidadosamente considerada, especialmente ao usar fibras de vidro curtas. Estudos futuros com períodos de acompanhamento mais longos são recomendados para validar esses achados.

Referências

MOHAMED, M. H.; ABOUAUF, E. A.; MOSALLAM, R. S. Clinical performance of class II MOD fiber reinforced resin composite restorations: an 18-month randomized controlled clinical trial. BMC Oral Health, v. 25, n. 159, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12903-025-05521-5.

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