A Relação entre Epilepsia e Disfunção da Articulação Temporomandibular: Um Estudo Clínico

A Relação entre Epilepsia e Disfunção da Articulação Temporomandibular: Um Estudo Clínico

Feb 9, 2025

Feb 9, 2025

Feb 9, 2025

A disfunção da articulação temporomandibular (DTM) é um termo genérico que abrange alterações musculoesqueléticas na articulação da mandíbula. Segundo a American Academy of Craniomandibular Disorders, a DTM possui uma etiologia multifatorial, com fatores predisponentes, iniciadores e sustentadores desempenhando papéis significativos no seu desenvolvimento.

Entre os fatores predisponentes, destacam-se distúrbios sistêmicos ou locais, enquanto doenças neurológicas, reumatológicas e psiquiátricas podem afetar a função das articulações temporomandibulares.

Um estudo recente conduzido por Katalin Károlyházy e colaboradores na Universidade Semmelweis, em Budapeste, investigou a prevalência de DTM em pacientes com epilepsia. A pesquisa buscou determinar se a DTM é mais comum em indivíduos com epilepsia em comparação com aqueles sem a condição. A epilepsia, caracterizada por crises que podem envolver espasmos musculares faciais e mastigatórios, pode sobrecarregar a articulação temporomandibular, potencialmente levando a disfunções.

Metodologia do Estudo

O estudo incluiu 107 participantes diagnosticados com epilepsia e 100 controles saudáveis. Os participantes com epilepsia foram divididos em três subgrupos com base na gravidade da condição: leve, moderado e severo. A avaliação incluiu histórico geral, dentário e relacionado à ATM, além de medições de abertura máxima da boca, laterotrusão, desvio e deflexão, e presença de crepitação e estalos, conforme os critérios diagnósticos para doenças temporomandibulares (DC/TMD).

Resultados e Discussão

Os resultados indicaram que a incidência de queixas relacionadas à ATM não foi significativamente diferente entre o grupo controle (30%) e o grupo com epilepsia (33%). No entanto, o número de queixas foi significativamente maior no grupo com epilepsia. Estalos articulares foram mais prevalentes no grupo com epilepsia, especialmente no subgrupo leve.

A deflexão também foi significativamente mais comum nos subgrupos de epilepsia leve e moderada.

A análise algométrica revelou que a sensibilidade à dor na região do músculo masseter era maior no grupo severo em comparação com os controles, sugerindo uma maior sensibilidade à dor muscular nesses indivíduos. Isso pode ser atribuído à frequência e gravidade das crises epilépticas, que podem causar espasmos musculares e sobrecarga articular.

Conclusões e Implicações Clínicas

Os achados deste estudo sugerem que a epilepsia é um fator de risco para o desenvolvimento de DTM. Os profissionais de saúde, incluindo neurologistas e dentistas, devem estar cientes de que crises frequentes e graves são fatores predisponentes para distúrbios temporomandibulares. Além disso, devido ao risco aumentado de aspiração, a terapia com dispositivos removíveis é contraindicada em pacientes com crises epilépticas frequentes.

Este estudo destaca a importância da colaboração interdisciplinar no manejo de pacientes com epilepsia, considerando os impactos potenciais na saúde oral e na qualidade de vida desses indivíduos.

Referências

KÁROLYHÁZY, Katalin et al. Is temporomandibular joint involvement more frequent in patients with epilepsy? A clinical study. The Journal of Prosthetic Dentistry, 2024.


Este estudo já está incluído em nosso banco de dados, junto com bilhões de outras fontes de informações odontológicas. DentisTalk é um sistema de IA especializado em Odontologia, disponível diretamente no WhatsApp e totalmente baseado em evidências científicas. Clique aqui para saber mais!

A disfunção da articulação temporomandibular (DTM) é um termo genérico que abrange alterações musculoesqueléticas na articulação da mandíbula. Segundo a American Academy of Craniomandibular Disorders, a DTM possui uma etiologia multifatorial, com fatores predisponentes, iniciadores e sustentadores desempenhando papéis significativos no seu desenvolvimento.

Entre os fatores predisponentes, destacam-se distúrbios sistêmicos ou locais, enquanto doenças neurológicas, reumatológicas e psiquiátricas podem afetar a função das articulações temporomandibulares.

Um estudo recente conduzido por Katalin Károlyházy e colaboradores na Universidade Semmelweis, em Budapeste, investigou a prevalência de DTM em pacientes com epilepsia. A pesquisa buscou determinar se a DTM é mais comum em indivíduos com epilepsia em comparação com aqueles sem a condição. A epilepsia, caracterizada por crises que podem envolver espasmos musculares faciais e mastigatórios, pode sobrecarregar a articulação temporomandibular, potencialmente levando a disfunções.

Metodologia do Estudo

O estudo incluiu 107 participantes diagnosticados com epilepsia e 100 controles saudáveis. Os participantes com epilepsia foram divididos em três subgrupos com base na gravidade da condição: leve, moderado e severo. A avaliação incluiu histórico geral, dentário e relacionado à ATM, além de medições de abertura máxima da boca, laterotrusão, desvio e deflexão, e presença de crepitação e estalos, conforme os critérios diagnósticos para doenças temporomandibulares (DC/TMD).

Resultados e Discussão

Os resultados indicaram que a incidência de queixas relacionadas à ATM não foi significativamente diferente entre o grupo controle (30%) e o grupo com epilepsia (33%). No entanto, o número de queixas foi significativamente maior no grupo com epilepsia. Estalos articulares foram mais prevalentes no grupo com epilepsia, especialmente no subgrupo leve.

A deflexão também foi significativamente mais comum nos subgrupos de epilepsia leve e moderada.

A análise algométrica revelou que a sensibilidade à dor na região do músculo masseter era maior no grupo severo em comparação com os controles, sugerindo uma maior sensibilidade à dor muscular nesses indivíduos. Isso pode ser atribuído à frequência e gravidade das crises epilépticas, que podem causar espasmos musculares e sobrecarga articular.

Conclusões e Implicações Clínicas

Os achados deste estudo sugerem que a epilepsia é um fator de risco para o desenvolvimento de DTM. Os profissionais de saúde, incluindo neurologistas e dentistas, devem estar cientes de que crises frequentes e graves são fatores predisponentes para distúrbios temporomandibulares. Além disso, devido ao risco aumentado de aspiração, a terapia com dispositivos removíveis é contraindicada em pacientes com crises epilépticas frequentes.

Este estudo destaca a importância da colaboração interdisciplinar no manejo de pacientes com epilepsia, considerando os impactos potenciais na saúde oral e na qualidade de vida desses indivíduos.

Referências

KÁROLYHÁZY, Katalin et al. Is temporomandibular joint involvement more frequent in patients with epilepsy? A clinical study. The Journal of Prosthetic Dentistry, 2024.


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