A Relação entre Doença de Alzheimer e Doenças Bucais: Um Olhar Clínico e Científico

A Relação entre Doença de Alzheimer e Doenças Bucais: Um Olhar Clínico e Científico

Mar 1, 2025

Mar 1, 2025

Mar 1, 2025

A conexão entre saúde bucal e saúde sistêmica tem sido um campo de crescente interesse na odontologia, especialmente no que diz respeito à Doença de Alzheimer (DA). Estudos recentes têm explorado como infecções bucais crônicas, como a periodontite e infecções endodônticas, podem influenciar o desenvolvimento e a progressão de doenças neurodegenerativas. Este estudo visou sintetizar as evidências atuais e discutir suas implicações para a prática odontológica.


Relevância da Saúde Bucal na Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa caracterizada pelo acúmulo de placas de β-amiloide e emaranhados neurofibrilares de proteína tau no cérebro, levando à perda de memória e outras funções cognitivas. A etiologia da DA é complexa e multifatorial, envolvendo fatores genéticos, idade e, possivelmente, infecções crônicas. Nesse contexto, a saúde bucal tem emergido como um fator potencialmente modificável que pode influenciar a saúde cerebral.


Evidências Epidemiológicas e Biológicas

Estudos epidemiológicos, como o de Chen et al. (2017), indicam que a periodontite crônica está associada a um aumento de 70% no risco de desenvolver DA. A hipótese é que a inflamação sistêmica de baixo grau, resultante de infecções bucais, pode exacerbar a neuroinflamação, um dos processos patológicos da DA. Além disso, a presença de bactérias periodontais, como Porphyromonas gingivalis, no cérebro de pacientes com Alzheimer, sugere um nexo biológico direto entre infecções bucais e neurodegeneração.


Mecanismos Propostos

Os mecanismos pelos quais as infecções bucais podem impactar o sistema nervoso central incluem:

  • Disseminação Hematogênica: Bactérias periodontais podem entrar na corrente sanguínea e atingir o cérebro, especialmente em casos de barreira hematoencefálica comprometida.


  • Inflamação Sistêmica: A periodontite eleva marcadores inflamatórios sistêmicos, que podem ativar células gliais no cérebro, contribuindo para a neuroinflamação.


  • Reação Imune Cruzada: Componentes bacterianos podem induzir a produção de anticorpos que reagem com antígenos do sistema nervoso, causando dano tecidual.


Implicações Clínicas e Futuras Direções

A integração entre odontologia e neurologia é crucial para desenvolver estratégias preventivas eficazes contra a demência. A prevenção e o tratamento eficaz da periodontite e das infecções endodônticas são fundamentais não apenas para a preservação dental, mas também para a saúde neurológica. Ensaios clínicos futuros devem investigar se intervenções odontológicas podem reduzir a inflamação sistêmica e melhorar a função cognitiva em pacientes com risco de DA.


Conclusão

A relação entre doenças bucais e a Doença de Alzheimer destaca a importância de uma abordagem integrada à saúde. 

A manutenção da saúde bucal pode ser um componente vital na promoção da saúde cerebral e na prevenção de demências. Profissionais de odontologia devem estar atentos a essa conexão e considerar a saúde bucal como parte de uma estratégia de saúde global.


Referências

Borsa, L., Dubois, M., Sacco, G., & Lupi, L. (2021). Analysis of the link between periodontal diseases and Alzheimer’s disease: a systematic review. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(17), 9312.

Chen, C. K., Wu, Y. T., & Chang, Y. C. (2017). Association between chronic periodontitis and the risk of Alzheimer’s disease: a retrospective, population-based, matched-cohort study. Neuroepidemiology, 48(1), 21-27.

Dominy, S. S., Lynch, C., Ermini, F., Benedyk, M., Marczyk, A., & Konradi, A. (2019). Porphyromonas gingivalis in Alzheimer’s disease brains: Evidence for disease causation and treatment with small-molecule inhibitors. Science Advances, 5(1), eaau3333.

Ide, M., Harris, M., Stevens, A., Sussams, R., Hopkins, V., & Culliford, D. (2016). Periodontitis and cognitive decline in Alzheimer’s disease. PLoS One, 11(3), e0151081.

Lin, J. W., Chang, C. H., & Caffrey, J. L. (2020). Examining the association between oral health status and dementia: a nationwide nested case-controlled study. Experimental Biology and Medicine (Maywood), 245(3), 231-244.



Este estudo já está incluído em nosso banco de dados, juntamente com bilhões de outras fontes de informações odontológicas. DentisTalk é um sistema de IA especializado em Odontologia, disponível diretamente no WhatsApp e totalmente baseado em evidências científicas. Clique aqui para saber mais!

A conexão entre saúde bucal e saúde sistêmica tem sido um campo de crescente interesse na odontologia, especialmente no que diz respeito à Doença de Alzheimer (DA). Estudos recentes têm explorado como infecções bucais crônicas, como a periodontite e infecções endodônticas, podem influenciar o desenvolvimento e a progressão de doenças neurodegenerativas. Este estudo visou sintetizar as evidências atuais e discutir suas implicações para a prática odontológica.


Relevância da Saúde Bucal na Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa caracterizada pelo acúmulo de placas de β-amiloide e emaranhados neurofibrilares de proteína tau no cérebro, levando à perda de memória e outras funções cognitivas. A etiologia da DA é complexa e multifatorial, envolvendo fatores genéticos, idade e, possivelmente, infecções crônicas. Nesse contexto, a saúde bucal tem emergido como um fator potencialmente modificável que pode influenciar a saúde cerebral.


Evidências Epidemiológicas e Biológicas

Estudos epidemiológicos, como o de Chen et al. (2017), indicam que a periodontite crônica está associada a um aumento de 70% no risco de desenvolver DA. A hipótese é que a inflamação sistêmica de baixo grau, resultante de infecções bucais, pode exacerbar a neuroinflamação, um dos processos patológicos da DA. Além disso, a presença de bactérias periodontais, como Porphyromonas gingivalis, no cérebro de pacientes com Alzheimer, sugere um nexo biológico direto entre infecções bucais e neurodegeneração.


Mecanismos Propostos

Os mecanismos pelos quais as infecções bucais podem impactar o sistema nervoso central incluem:

  • Disseminação Hematogênica: Bactérias periodontais podem entrar na corrente sanguínea e atingir o cérebro, especialmente em casos de barreira hematoencefálica comprometida.


  • Inflamação Sistêmica: A periodontite eleva marcadores inflamatórios sistêmicos, que podem ativar células gliais no cérebro, contribuindo para a neuroinflamação.


  • Reação Imune Cruzada: Componentes bacterianos podem induzir a produção de anticorpos que reagem com antígenos do sistema nervoso, causando dano tecidual.


Implicações Clínicas e Futuras Direções

A integração entre odontologia e neurologia é crucial para desenvolver estratégias preventivas eficazes contra a demência. A prevenção e o tratamento eficaz da periodontite e das infecções endodônticas são fundamentais não apenas para a preservação dental, mas também para a saúde neurológica. Ensaios clínicos futuros devem investigar se intervenções odontológicas podem reduzir a inflamação sistêmica e melhorar a função cognitiva em pacientes com risco de DA.


Conclusão

A relação entre doenças bucais e a Doença de Alzheimer destaca a importância de uma abordagem integrada à saúde. 

A manutenção da saúde bucal pode ser um componente vital na promoção da saúde cerebral e na prevenção de demências. Profissionais de odontologia devem estar atentos a essa conexão e considerar a saúde bucal como parte de uma estratégia de saúde global.


Referências

Borsa, L., Dubois, M., Sacco, G., & Lupi, L. (2021). Analysis of the link between periodontal diseases and Alzheimer’s disease: a systematic review. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(17), 9312.

Chen, C. K., Wu, Y. T., & Chang, Y. C. (2017). Association between chronic periodontitis and the risk of Alzheimer’s disease: a retrospective, population-based, matched-cohort study. Neuroepidemiology, 48(1), 21-27.

Dominy, S. S., Lynch, C., Ermini, F., Benedyk, M., Marczyk, A., & Konradi, A. (2019). Porphyromonas gingivalis in Alzheimer’s disease brains: Evidence for disease causation and treatment with small-molecule inhibitors. Science Advances, 5(1), eaau3333.

Ide, M., Harris, M., Stevens, A., Sussams, R., Hopkins, V., & Culliford, D. (2016). Periodontitis and cognitive decline in Alzheimer’s disease. PLoS One, 11(3), e0151081.

Lin, J. W., Chang, C. H., & Caffrey, J. L. (2020). Examining the association between oral health status and dementia: a nationwide nested case-controlled study. Experimental Biology and Medicine (Maywood), 245(3), 231-244.



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