A Evolução da Zircônia na Odontologia Moderna

A Evolução da Zircônia na Odontologia Moderna

Feb 12, 2025

Feb 12, 2025

Feb 12, 2025

A zircônia tem se destacado na odontologia moderna devido às suas propriedades excepcionais, como alta dureza, biocompatibilidade e resistência ao desgaste e à flexão. Com o avanço das pesquisas, três gerações de zircônia foram desenvolvidas: a convencional, a translúcida e a ultratranslúcida.

Este progresso foi impulsionado pela demanda do mercado odontológico por cerâmicas monolíticas com melhores propriedades estéticas, uma vez que a zircônia convencional apresentava características mais opacas, necessitando de coberturas de vidro-cerâmica para melhorar a estética, o que, por sua vez, estava sujeito a altos níveis de desgaste e falhas coesivas.

A zircônia ultratranslúcida, em particular, ganhou destaque por combinar excelentes propriedades estéticas e mecânicas, tornando-se uma cerâmica versátil com amplas aplicações clínicas, especialmente em áreas estéticas.

Estudos indicam uma taxa de sucesso de 94,2% para coroas unitárias e 95,7% para próteses fixas monolíticas em zircônia após um acompanhamento médio de 5,7 anos. No entanto, a longevidade clínica dessas restaurações pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo o tratamento de superfície da zircônia antes da cimentação.


Tratamentos de Superfície e Adesão

Devido ao baixo teor vítreo das cerâmicas de zircônia, métodos convencionais de condicionamento, como o uso de ácido fluorídrico e silano, não são eficazes em alterar a topografia da superfície para favorecer a adesão. Assim, protocolos alternativos, como o jateamento com partículas de óxido de alumínio ou sílica, têm sido sugeridos. No entanto, o jateamento excessivo pode afetar a natureza metastável da zircônia tetragonal, resultando em trincas e redução da resistência mecânica.

Recentemente, o uso de uma suspensão de ZrO2, como o Zirlink, foi proposto como uma alternativa promissora. Segundo o fabricante, essa suspensão pode promover uma adesão até sete vezes maior à zircônia em comparação com o jateamento com Al2O3, devido à presença de componentes nanocerâmicos compatíveis com ítria, que formam uma camada de adesão na superfície interna da cerâmica antes da sinterização.


Resultados de Pesquisa e Implicações Clínicas

Um estudo recente avaliou o efeito de diferentes protocolos de tratamento de superfície na resistência ao cisalhamento da zircônia ultratranslúcida. Os resultados mostraram que a silicatização associada à silanização apresentou os maiores valores de resistência de união, independentemente do armazenamento. Em contraste, o tratamento com Zirlink não promoveu uma adesão eficiente, mesmo quando associado a um primer contendo MDP.

Esses achados sugerem que, embora o Zirlink ofereça uma abordagem inovadora, ele ainda não supera os métodos tradicionais de jateamento em termos de resistência adesiva. A silicatização continua sendo o método mais eficaz para melhorar a adesão da zircônia ultratranslúcida ao cimento resinoso.


Conclusão e Perspectivas Futuras

A zircônia ultratranslúcida representa um avanço significativo na odontologia estética, mas a escolha do tratamento de superfície é crucial para garantir a longevidade das restaurações. A silicatização associada à silanização se destaca como o método mais adequado, enquanto o Zirlink ainda requer mais estudos para validar sua eficácia.

Pesquisas futuras devem explorar diferentes tipos de cimentos e sistemas adesivos, além de métodos de armazenamento, como a termociclagem, para fornecer insights adicionais.


Referências

  • SHEN, D. et al. The Effect of Surface Treatments on Zirconia Bond Strength and Durability. J Funct Biomater, v. 14, n. 2, p. 89, 2023.

  • ABDULLA, M. A.; HASAN, R. H. Shear Bond Strength of Two Repair Systems to Zirconia Ceramic by Different Surface Treatments. J Lasers Med Sci, v. 13, p. e31, 2022.



    Este estudo já está incluído em nosso banco de dados, juntamente com bilhões de outras fontes de informações odontológicas. DentisTalk é um sistema de IA especializado em Odontologia, disponível diretamente no WhatsApp e totalmente baseado em evidências científicas. Clique aqui para saber mais!

A zircônia tem se destacado na odontologia moderna devido às suas propriedades excepcionais, como alta dureza, biocompatibilidade e resistência ao desgaste e à flexão. Com o avanço das pesquisas, três gerações de zircônia foram desenvolvidas: a convencional, a translúcida e a ultratranslúcida.

Este progresso foi impulsionado pela demanda do mercado odontológico por cerâmicas monolíticas com melhores propriedades estéticas, uma vez que a zircônia convencional apresentava características mais opacas, necessitando de coberturas de vidro-cerâmica para melhorar a estética, o que, por sua vez, estava sujeito a altos níveis de desgaste e falhas coesivas.

A zircônia ultratranslúcida, em particular, ganhou destaque por combinar excelentes propriedades estéticas e mecânicas, tornando-se uma cerâmica versátil com amplas aplicações clínicas, especialmente em áreas estéticas.

Estudos indicam uma taxa de sucesso de 94,2% para coroas unitárias e 95,7% para próteses fixas monolíticas em zircônia após um acompanhamento médio de 5,7 anos. No entanto, a longevidade clínica dessas restaurações pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo o tratamento de superfície da zircônia antes da cimentação.


Tratamentos de Superfície e Adesão

Devido ao baixo teor vítreo das cerâmicas de zircônia, métodos convencionais de condicionamento, como o uso de ácido fluorídrico e silano, não são eficazes em alterar a topografia da superfície para favorecer a adesão. Assim, protocolos alternativos, como o jateamento com partículas de óxido de alumínio ou sílica, têm sido sugeridos. No entanto, o jateamento excessivo pode afetar a natureza metastável da zircônia tetragonal, resultando em trincas e redução da resistência mecânica.

Recentemente, o uso de uma suspensão de ZrO2, como o Zirlink, foi proposto como uma alternativa promissora. Segundo o fabricante, essa suspensão pode promover uma adesão até sete vezes maior à zircônia em comparação com o jateamento com Al2O3, devido à presença de componentes nanocerâmicos compatíveis com ítria, que formam uma camada de adesão na superfície interna da cerâmica antes da sinterização.


Resultados de Pesquisa e Implicações Clínicas

Um estudo recente avaliou o efeito de diferentes protocolos de tratamento de superfície na resistência ao cisalhamento da zircônia ultratranslúcida. Os resultados mostraram que a silicatização associada à silanização apresentou os maiores valores de resistência de união, independentemente do armazenamento. Em contraste, o tratamento com Zirlink não promoveu uma adesão eficiente, mesmo quando associado a um primer contendo MDP.

Esses achados sugerem que, embora o Zirlink ofereça uma abordagem inovadora, ele ainda não supera os métodos tradicionais de jateamento em termos de resistência adesiva. A silicatização continua sendo o método mais eficaz para melhorar a adesão da zircônia ultratranslúcida ao cimento resinoso.


Conclusão e Perspectivas Futuras

A zircônia ultratranslúcida representa um avanço significativo na odontologia estética, mas a escolha do tratamento de superfície é crucial para garantir a longevidade das restaurações. A silicatização associada à silanização se destaca como o método mais adequado, enquanto o Zirlink ainda requer mais estudos para validar sua eficácia.

Pesquisas futuras devem explorar diferentes tipos de cimentos e sistemas adesivos, além de métodos de armazenamento, como a termociclagem, para fornecer insights adicionais.


Referências

  • SHEN, D. et al. The Effect of Surface Treatments on Zirconia Bond Strength and Durability. J Funct Biomater, v. 14, n. 2, p. 89, 2023.

  • ABDULLA, M. A.; HASAN, R. H. Shear Bond Strength of Two Repair Systems to Zirconia Ceramic by Different Surface Treatments. J Lasers Med Sci, v. 13, p. e31, 2022.



    Este estudo já está incluído em nosso banco de dados, juntamente com bilhões de outras fontes de informações odontológicas. DentisTalk é um sistema de IA especializado em Odontologia, disponível diretamente no WhatsApp e totalmente baseado em evidências científicas. Clique aqui para saber mais!

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